Livro de poemas ‘Destraços’ faz da mão objeto poético de captura do criar-se

ISABELA OTECHAR - Livro de poemas 'Destraços' faz da mão objeto poético de captura do criar-se

 
 
 
 

Dar cabo da vida não é morrer, é definir poeticamente suas medidas.
Suas vazões, razões, aquilo que toca a emoção da cada dedo ao piano, exalando notas, tons e cores diáfanas. O poema também é uma partitura ao longe, perto de quem lê; de quem ouve, as entrelinhas do verso.
A poeta Isabela Otechar em seu Destraços, pela editora 7 letras, traciona o corpo e o poema numa tessitura de fios narrativos, sobre família, o que os dedos, falanges, podem capturar da escrita, subliminar, poética, mensageira como um mercador veneziano.
Isabela faz uma relação bem psicanalítica, onde a mão não só, é deslocamento, espaço de linhas não de fuga, mas de captura, do até indizível pela palavra. As linhas do destino são narrativas como linhas da mão que um leitora de mãos faz, sobre devir, traçados, como um livro traça na mão de quem lê um projeção de memórias, anseios, e pujanças. Retraçar os novelos dos fios é não jogá-los num labirinto, para perdê-los em seguida, mas sim, inventar de que forma a escrita nos desenha como imagem de uma projeção inventariante.

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