Filme: Rustin | por Viviane Ferreira Santiago

Rustin - Filme: Rustin | por Viviane Ferreira Santiago

 
 
 
 

RUSTIN
2023 ‧ Drama/Documentário ‧ 1h 48m

Já que está todo mundo falando sobre o Oscar, vamos começar por Rustin. O filme protagonizado por Colman Domingo foi lançado em novembro do ano passado, pela plataforma Netflix. E apesar de não ter emplacado no gosto do público, rendeu ao protagonista indicações importantes como no BAFTA Awards, Satellite Award, Critics Choice Awards, Globo de Ouro, e, agora, também indicado em uma das categorias mais prestigiadas do maior prêmio do cinema mundial, “melhor ator” no Oscar 2024.
A película retrata a história real de Bayard Rustin, importante figura na luta pelos direitos civis nos Estados Unidos. Bayard teve toda sua representatividade reduzida, o que acabou apagando sua importância na história do país, tudo por conta da homofobia e racismo. O ativista, no ano de 1963, foi um dos grandes líderes da Marcha sobre Washington pelo Trabalho e Liberdade.
A obra biográfica destaca pontos da vida de Bayard Rustin, desenvolvidas a partir da organização da Marcha, o que permite ao telespectador conhecer, com proximidade, suas lutas e convicções, bem como sua força e as dores de ser um ativista negro e homossexual.
A direção é falha, o que não impede que Colman Domingo brilhe intensamente em sua interpretação. O filme tinha tudo para dar muito certo, mas não deu.
Com direção de George C. Wolfe, o longa apresenta cenas simplórias e mal orquestradas, com ausência de criatividade e dinamismo, algo que a retratação da Marcha em si exigiria.
Tudo isso poderia ser razoável numa obra de menor potencial, no entanto, deixa de ser aceitável quando se refere a um filme produzido pelo casal Obama, elenco de peso e distribuição da Netflix.
Para quem não sabe, a Marcha foi um dos mais grandiosos eventos pacíficos dos Estados Unidos. Do mundo. Contudo, o filme reduz tal manifestação.
Principalmente, o faz ao não se aprofundar na relação de Rustin com Martin Luther King; algo que poderia ser ápice para a obra fica no raso. A interpretação de Aml Ameen como Martin não convence, falta força na retratação de um dos maiores ativistas dos direitos humanos e da luta racial no mundo.
Vale por Colman.
Como obra cinematográfica, deixa a desejar.

Viviane Ferreira Santiago
É Jornalista, escritora e professora, com especialização em Literatura Brasileira e Educação especial e inclusiva.

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