Orai a sede dos outros, um tiquinho de ironia | conto Fernando Andrade

SÃO SEBASTIÃO 3 - Orai a sede dos outros, um tiquinho de ironia | conto Fernando Andrade

São Sebastião

 

Fernando Andrade | escritor e jornalista

Tamanho não é documento, já dizia a célebre frase filosófica. Na cidade de Príapo, uma oração não servia a Deus, custava mais a lábia das palavras quando ditas, por jovens quando andavam atrás das jovens núbias que passeavam pela praça. Quando mais empolgava uma oração que juntava palavras subordinadas ao desejo de caça, mas a gramática empolgava de barrocas jovialidades. Juno que não era junho, deste terça à sexta, ia naquele jardim da cidade encontrar donzelas, que ora podia estar sentada na fresca tarde de uma semana de outono, ou indo buscar água na fonte para fazer um limonada suíça, bem docinha. Juno tinha tamanho mas não tinha documento nenhum, havia perdido sua carteira de identidade, por isso fazia das suas, mas não identificado. Chegou perto de Rosa que estava com um balde subindo água de riba. Não tenho posses, mas tenho total instrumento fálico para seu bel prazer e deleite. Minha flauta toca serelepe. Rosa olhou de soslaio para o rapaz, e disse isto é uma grosseria e tanta, não aprendeu a ser cortês com os membros da família.
Mato a sede como a fome com meu primo, quer dizer pênis, príapo. Deus de quando dês de quando, anda comendo as minas gregamente. Não li a Odisséia nem Homero mas sou homem de palavra ou de oração adjetiva. Quero sua faceirice. Não dou chifre à viados na puberdade, só me amarro ao pé de árvores maduras. Eu vou indo antes que a lei Maria da Penha venha te prensar na lei.
E lá foi caminhando com  a água no lombo, enquanto Juno desperdiçava saliva à toa com esta moça que nem deu um ramo de nome ou espinhos em dor.

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