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Gelo, matéria bruta, pedra que não dura. O corpo tem sua arte na superfície, embora a parte interna escondida nos apareça em sonhos, como o inconsciente. O poema parece também ter camadas sobre a pele do verso presente. Como gelo que não se derrete, sob a interpretação do leitor. No livro Gelo, do poeta Sérgio Nazar David, editora 7 letras, versos muito bem construídos por uma simbólica nuance que surge sobre o corpo que parte das emoções, filtros, ações que se modificam em movimentos através de músculos. Sergio nos capacita através de interfaces entre o mundo da carne, e da robótica, como ciborgues. Trabalho também como memória, com a paternidade, exemplo poético de laço, como afeto: a saudade na lembrança.
A palavra para o poeta é risco de lágrima, feita de água pura, do gelo que dura, mas amolece pela perda ou morte física de alguém. O livro é carregado de memórias entre o dentro do que é linguagem para o fora, a realidade visível e aparente.
Gente, entendam: não direi que um pós-doutor não possa ser poeta… pode e deve, por óbvio… mas, com esse currículo… Doutor em Teoria da Literatura (UFRJ, 2001), com Pós-Doutorado em Coimbra (2006). Poeta e professor de Literatura Portuguesa (UERJ). Membro do Centro de Literaturas de Expressão Portuguesa das Universidades de Lisboa e do Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra… é covardia contra nós, simples mortais adoradores de versos e escrivinhadores de sonhos… FUI!!!