Se a vida fosse um vinil
Tomei contato com a poesia de Fernando Andrade há pouco tempo, o que foi uma grata surpresa. Com o uso de imagens muito inventivas e, às vezes, desconcertantes, como a do tijolo caindo de uma olaria ou o diálogo entre as últimas letras do alfabeto, seu mais recente livro, “Se a vida fosse um vinil”, é um primor de criatividade. Fernando Andrade tem uma rara habilidade de esmiuçar e reinventar o cotidiano. O seu enigmático gato Beckettiano passeia com desenvoltura pelos não muros da nossa imaginação, tendo como trilha sonora as músicas de um disco todo bom, com suas doses bem calibradas de jazz e rock&roll. É uma obra lúdica e política como dito em um de seus versos: “política arte física de juntar corpos”. Vale muito a pena ler os dois lados deste disco, e as bônus tracks também.
Luiz Gustavo de Sá – escritor e historiador.
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