O encontro entre as artes, as ciências exatas e humanas num vinil, em Fernando Andrade | Alexandra Vieira de Almeida

Fernando Andrade - O encontro entre as artes, as ciências exatas e humanas num vinil, em Fernando Andrade | Alexandra Vieira de Almeida

 
 
 
 
 
 

Alexandra Vieira de Almeida – Escritora e Doutora em Literatura Comparada (UERJ)

Um vinil é um mundo, parece dizer o novo livro de poemas de Fernando Andrade, Se a vida fosse um vinil (Penalux, 2022). A vida tanto interior quanto externa, o dentro e o fora. E nesse mundo, cabem um mosaico de saberes diversos e até contrastantes entre si, mas que pela inventividade do poeta, adquirem suas pontes e possibilidades de diálogo a partir da música, o centro dessa diversidade de campos de conhecimento que se entrelaçam, mesmo num jogo ora tenso, ora existencial, estético, erótico, político e humorístico, pois não falta o riso que nos enlaça, pois como nos revelou o filósofo Henri Bergson, o humor desestabiliza o automatismo reinante.
Fernando Andrade é jornalista, escritor, poeta e crítico literário, transitando entre várias zonas de atuação. O belo prefácio de Julia Almeida Baranski ressalta o elemento linguístico na composição dos poemas de Fernando, pois a relação música e poesia, para além das discussões polêmicas sobre seus campos separados de formas artísticas, encontra aqui, a sua semelhança, pois, na origem, o gênero lírico não estava separado da música, cujo instrumento que era tocado na sua recitação era a lira. Ainda hoje, a poesia se vale da música, pois o ritmo é sua característica mais marcante, diferenciando-se da prosa, segundo o teórico literário Emil Staiger. Julia escreve sobre a poética de Andrade: “o leitor, ao mesmo tempo, lê e ouve as iscas dos signos, o nome das coisas, as palavras e suas semelhanças fonéticas”.
Já Viviane Ferreira Santiago, no posfácio, explora também esse universo linguístico como força na obra do poeta carioca, mostrando o aspecto da invenção literária, um traço que dá originalidade ao livro. Ela nos apresenta: “Inteligente, icônica e irreverente, onde a semântica das palavras se reinventa, e o que se enxerga é uma teia, onde aquele que lê, passivamente, se entrega”.
Completando a crítica que nos revela as dimensões especiais do livro de Fernando Andrade, temos a quarta capa de Flavio Tris que utiliza a própria linguagem literária, com metáforas e imagens, tão manejadas pelo poeta, unindo poesia e prosa, em que se lê a seguir um trecho: “Agulha dançarina amanhecendo o disco – louca, mas não aleatória – e tudo fazendo sentido”.
O poeta divide seu livro, um vinil, em três partes, a obra-objeto que, nostalgicamente, resgata o disco com sua agulha na vitrola, algo retrô, em comparação aos tempos de hoje, com seus smartphones, pen-drives, iphones, em que certos objetos viraram artigos até ultrapassados. No livro-vinil, temos o lado A, cujo subtítulo “A poética da casa”, com 11 poemas, nos aponta para a “casa” tanto em sua relação com a construção arquitetônica, estrutura que conecta seu interior com o exterior, o espaço da rua, como a dita “casa” familiar. O lado B, com o subtítulo “Diálogo com os sentidos (estética) e a política”, composto por 13 poemas, nos revela uma ênfase maior entre o intra (a literatura) e os conhecimentos extraliterários (matemática, física, política, entre outras), ressaltando também a sua imagem erotizante, tão bem pensada pelo ensaísta mexicano Octavio Paz, que, aqui, percebemos uma influência na escrita poética de Fernando Andrade, dando singularidade a essa “erotização da linguagem” ao incluir outros saberes para além da “arte pela arte” (o desinteresse kantiano). Fechando a obra, “Bônus tracks”, sem numeração, diferentemente do lado A e B, numerados, mas não intitulados, 6 poemas com títulos são entrelaçados por 4 fissuras.
Antes de analisarmos alguns poemas das três partes por ora aqui apresentadas, nos cabe estudar detidamente os textos que antecedem as faixas, espécies de preâmbulos ou prefácios em forma de contos, “O quadro pensante” e “Conto do gato beckettiano”. Essa estratégia estética nos faz recordar do livro de contos Tutameia, de Guimarães Rosa, que fez quatro prefácios para essa obra, verdadeiros contos que discutem sobre o próprio fazer literário, no seu viés meta-narrativo.
No conto inicial “O quadro pensante” é fascinante a referência ao cantor e compositor britânico Nick Drake, do estilo folk, que morreu com apenas 26 anos. Na matéria do UOL sobre Drake, Pablo Miyazawa o caracteriza como o “homem mais triste da música” (década de 70). E isso é importante para o entendimento da narrativa, pois o tal quadro, centro de observação do personagem, faz convergir em sua mente as ideias de dor, doença, tristeza e sofrimento ao interrogar o quadro: “Ele estava na frente de uma fotografia de um senhor bem velho”. Diante da foto, ele também é observado: “Ela olhava para a cena do hóspede olhando a foto”. Nesse olhar, a personagem Lê enquadra uma cena, fotografa um momento em que o outro também está em frente de uma cena, retratada numa foto que intriga o personagem inicialmente observados por nós, leitores. A semântica do olho, olhar, olha é constante no texto e se metaforiza no nome da moça, “Lê”, pois olhar, ver é uma leitura do mundo a partir dos olhos, numa perspectiva diferenciada com relação à especificidade de cada sentido. Esse olhar se completa e se sintetiza na frase final do conto: “Eu alinho meus pés passo a passo, e vou vendo o entorno”. O observar e ser observado é o cerne deste conto, sendo o sentido da visão aqui a essência do conhecimento, que leva à reflexão; não apenas no senso de quem olha, mas o “outro” que nos vê. Isso me leva a pensar no teórico de Arte Didi-Huberman que tinha sua frase seminal “o que vemos e o que nos olha”, ou seja, o ato da cisão do ver, que tem um duplo movimento. O campo das artes plásticas dialoga com outras artes, como a música, pois uma música de Nick Drake, que era conhecido por sua depressão profunda que o levou à morte, sendo reconhecido postumamente, como acontece frequentemente no ambiente das artes em geral: música, pintura, literatura, cinema etc.
O título “O quadro pensante”, personificando o objeto, nos faz refletir sobre o poder da arte sobre o indivíduo, como algo que nos faz interrogar o tempo todo, contaminando a todos e o quadro também nos olha e nós olhamos para ele, num duplo endereçamento, inventivo e reflexivo. O duplo é a imagem perfeita da interlocução, da possibilidade de interação questionadora a partir daquele que observa e, que ao ser observado, surge o desdobramento deste pensar originário que se fecha belamente no final do conto. Como num jogo de espelhos, reportando-nos aos quadros de Velázquez, há inúmeras potências de visões que se olham e se refletem, confluindo numa terceira-margem, o leitor, ponte e lugar de encontro destes rios profundos que se unem através da pergunta primeira ao percorrerem um caminho de abertura e novos encontros ad infinitum.
O segundo texto “Conto do gato Beckettiano”, o narrador é o próprio gato Beck. Um conto meta-ficcional, com reflexões sobre o fazer estético. A escrita e a linguagem são intensamente abordadas, sendo o gato a metáfora do próprio escritor em seu processo de autoanálise: “Que devido a nossa falta de dependência dos outros, olhamos a vida com certa mordacidade labial, e nossos caninos parecem ser também uma figura de linguagem”. Aqui, para além da estética e linguística, temos a densidade corporal, o corpo como imago da psique humana, representada por sua animalidade com a figura do gato, mimetizando os gestos do ser. Corpo-alma que se corporifica através do objeto-livro, corporalidade e linguagem, concretude e pensamento, cuja autoironia, disfarça um certo orgulho narcísico, quando o gato observa o próprio rabo, imagem também presente na serpente mítica ouroboros, que morde o próprio rabo, indicando o tempo da repetição e eternidade, o que ultrapassa o material, o tempo do corpo pelo tempo da escrita, que é diverso e infinito, enquanto a existência é finita.
A solidão também está presente neste gato, com o uso da semântica própria, com palavras diferentes do universo literário, figura representativa do espaço artístico do escritor, que necessita do silêncio, da pausa, de uma interiorização, de uma “desertificação”, para que o universo interior ganhe voz e domine o campo do real ou exterior.
Partindo agora para alguns poemas do Lado A, Lado B e Bônus Tracks, selecionamos os poemas 2, 4 e 11 da primeira parte, 1 e 6 da segunda e, finalmente, fechando a crítica, no bônus, os poemas intitulados “O traço do humor”, “Eu sou um túmulo” e uma das fissuras (página 77). No poema 2, o poeta utiliza um amálgama entre elementos diversos para falar da formação da família: a construção de uma casa, a união de um casal (o pai e a mãe) na geração do filho e a imagem dos pães, cuja fogueira (o ato do amor) crepita, gerando a prole. Trabalha com o ritmo, com aliterações e assonâncias, elementos da natureza para criar um cenário de beleza e lirismo com relação ao amor, algo que o poeta apresenta como sagrado, comparando a trindade com pessoas comuns, unindo o sacro-profano numa poesia ao mesmo tempo com imagens prosaicas e poéticas num quadro belo e inusitado: “Neste fim de dia/a casa disse/a voz é do pai/a casa ama/a mesa da mãe/sobre a sagrada trindade/a fogueira crepita pães”.
Na poesia 4, há um diálogo (intertextualidade) com um poema em particular, “Esperança”, de Mario Quintana, em que a personagem do nome do texto poético se atira do alto do décimo segundo andar, sendo encontrada “miraculosamente incólume na calçada”. Na versão de Fernando Andrade, não é mais um sentimento abstrato personificado que cai do alto, mas um objeto concreto, o “tijolo”, que, aqui, não se atira, mas simplesmente cai, atingindo, aí sim, uma palavra abstrata, a morte, que, pelo impacto da palavra primeira se torna um outro objeto concreto, um elemento da natureza, uma flor, em sua forma que produz a palavra, também abstrata, amor, para, de forma original e inesperada, terminar com os versos: “o tijolo havia interrompido com um ataque/a semelhança fonética das duas palavras”, construindo as combinações e desconstruções entre forma/conteúdo, fonema/imagem/conceito (elementos que de acordo com ensaio do poeta Ezra Pound são componentes indispensáveis da boa poesia) e, o eterno diálogo entre os dois conceitos freudianos (psicanálise), Eros e Tânatos, retomados por Bataille, no seu livro O erotismo, em que o amor e a morte estão paradoxalmente interligados.
O texto poético que, aliás, conclui o lado A, de número 11, retoma a questão familiar, presente de forma mais potente na primeira parte do livro. A habitação, o habitat do ser tem dois lados, assim com as faixas de um disco, a casa da construção física, a moradia, e aqueles que a habitam, a família, em todos os seus planos, sejam materiais, emocionais, psíquicos ou intelectivos, mesclando, de forma simultânea os espaços do interior e do exterior. Vejamos. Dois irmãos é o verso que abre o poema, um único verso que se desdobra em dísticos até voltar à sua circularidade inicial, o último verso, só, para nos mostrar as divergências entre os dois familiares, em que os polos da comunicabilidade e incomunicabilidade se chocam. Em gradações, a imagem corporal, que expõe toda uma gestualidade de comportamentos, entre o corpo e o sentimento, vai atingindo outras esferas, como a fala, o discurso e suas imagens ambivalentes: “um disse vens/outro carrego: nuvens”. Nesse entrechocar de vozes, desejos diversos, o último dístico atinge o clímax pela simbologia, com a metáfora da maçã e da fumaça, que são totalmente opostos, mas que revelam as fragilidades dos seres, em sua dinâmica familiar, cujo verso final: “Numa pequena parte da manhã”, sinaliza as partes incompletas que se complementam e se digladiam numa totalidade que apenas um não consegue abarcar. Isso se torna mais enfático com as palavras “pequena”, “parte” e “manhã”, três expressões que representam uma parcialidade que deve ser completada para se chegar ao todo.
No lado B, trataremos dos poemas 1 e 6, que se direcionam para as várias setas do estético, científico, erótico e político, zonas específicas que se comunicam pelo literário. O poema 1 é um jogo com determinadas letras do alfabeto, num jogo amoroso entre as personagens alfabéticas, como por exemplo X, Y e Z ao mesmo tempo em que conhecimentos da matemática e da física enriquecem a significação poética. Trabalhando esteticamente com os números, a lógica matemática produz um discurso ficcional que reflete sobre a existência humana. Discutindo, inicialmente, com as letras questões da física, ao utilizar palavras que, pela ambiguidade, tanto se referem ao plano cósmico, como da linguagem especial da poesia, Fernando Andrade com seu ludismo e humor, alcança o tom também sério das questões. O existencial: “Para quê X? /Para fazermos sentidos aqui nesta terra”. Nestes versos, sentidos da vivência mais profunda ou de criar sentidos, no domínio da palavra? Ao longo do poema, ele desdobra e intensifica esse diálogo entre linguagem poética, ciência e discurso amoroso. Aos poucos, vamos compreendendo cada vez mais o início do texto poético, as consoantes são seres extraterrestres que chegam à Terra em busca das vogais terráqueas. Mas, por outro lado, o que é alienígena não é somente um fator de diferenças entre eles e as terráqueas, mas uma imagem ou metáfora para os discursos, o da Ciência, que vem de fora, adentrando o terreno da Poesia, em que o erotismo é a atração que as une num gozo lingual.
A poesia de número 6, concisa, vamos transcrever na íntegra, pois vale a pena percebermos seus elementos constituintes e planos de associação. Leiamos:

Política
arte física
de juntar corpos
giros de pálpebra
ar de álgebra
palavras ébrias para o sono
ou cantos de Cronos

Numa alquimia perfeita entre política, corpo, linguagem matemática e mítica, alternando a exatidão da ciência com o olhar bêbado e vago do sono com a síntese do último verso, os cantos de Cronos, deus do tempo linear e terreno, se fundem no lirismo, no mito e no tempo medido. Nos primeiros versos, a política é comparada, pelo seu pragmatismo, ou seja, sua efetividade no campo da realidade, não sendo demagogia, a uma “arte física”, pois além de unir pessoas a um mesmo ideal, num movimento onde o povo todo junto é capaz de transformar o real ou levá-lo ao desmoronamento, faz do bom ou mau líder um ser que congrega corpos para sua vitória ou destruição, porque os números aqui valem por sua quantidade efetiva. E finalizando essa reflexão, pensemos na frase de Aristóteles, que mostra os dois lados da moeda, o campo do sensório ou corpóreo e o campo ideal: “o homem é um animal político”.
Adentramos no reino dos “Bônus tracks”, com poemas nomeados e suas fissuras alternadas. “O traço do humor”, a história bíblica entre o bem e o mal, nas figuras dos irmãos Caim e Abel, em tom cômico e não mais trágico entre os familiares, que agora unidos num diálogo em que a tragicidade está nas ruas, através do humor negro, num mapa híbrido trágico-cômico, revela a violência do meio urbano, em que personagens de outro tempo se concretizam na contemporaneidade para fazerem uma crítica corrosiva ao mundo em que vivemos com a imagem de um morto na cidade. Utilizando jogos sonoros, ironicamente, o poeta carioca brinca com o reverso da moeda, pois se na Bíblia Caim matou Abel, na inversão, Caim sofre, Abel dá risada. Diante do morto, Caim observa, enquanto “Abel conversa com o morto lhe narrando uma piada versátil”, arrematando o poema com a apoteose de Abel. Aqui, o poeta mostra em dois estratos que pelo seu inverso, a ironia, se constrói uma crítica à desumanidade, atingindo qualquer pessoa. Os dois irmãos da primeira parte, o lado A, aqui comparecem nas figuras bíblicas nas suas analogias e diferenças. E o diálogo se desdobra com outros impasses.
Continuando, no poema “Eu sou um túmulo”, Fernando Andrade filosofa com sua prima poesia a partir da expressão popular “filosofia dos bares”, em que apresenta um eu-lírico, dividido, paradoxalmente, entre o silêncio (túmulo) e a fala (discurso e filosofia dos ébrios), fazendo trocadilhos verbais quando o silêncio tumular se encontra concretamente com “um bar aberto antes de chegar no cemitério”. E no meio, cabe a pedra drummondiana para servir de orientação ao local esperado para aqueles que bebem para encontrar a “paz eterna”? O último verso “poema do ébrio pensador” afirma a máxima popular com a escrita de um poema sobre ela. Dessa forma, algo fortemente prosaico e comum ganha ares de poesia, numa homenagem aos pensadores dos bares, que encontram no livro do poeta carioca um lugar especial.
Em meio a poemas ao longo da última parte da obra em questão, fissuras, como na página 77, cujo primeiro verso em negrito enfatiza explicitamente esse elemento: “Nisso vinha uma fissura”. Vou reproduzir esse poema para vermos de perto o que ele tem a nos dizer:

Nisso vinha uma fissura…
sem lógica matemática, nem gramática
uma criatura inconfessável, mas muito
catedrática
uma vontade de rasuras incontroláveis,
táticas de iluminuras
nem é possível caber esta fissura
numa viatura policial
pra haver lisura é preciso prática
inconfessável!
para onde vai ela? Tão longe de
inomináveis sevícias

Nesse texto poético, temos a poesia da negação e da afirmação, do menos e do mais, da desmesura, desmedida e do controle e lisura. Para isso, o poeta se utiliza das palavras de negação como “sem, nem, prefixo in, longe” e da positivação ou afirmação como “muito, vontade, é e tão”, confundindo-se e embaralhando-se entre si, como num jogo de xadrez, em que as peças brancas e negras invadem o domínio do outro. Isso tudo para caracterizar a fissura, que apesar de não aparentar ter sentido nenhum, corre célere pelos versos, como “rasuras incontroláveis” que não poderiam ser colocadas numa camisa de forma, tamanho seu ímpeto. Mas, por outro lado, “pra haver lisura é preciso prática inconfessável!” Essa fissura agrega, como síntese emblemática de sua poesia e do bônus tracks, os lados A e B, sendo impossível dizer qual melhor parte do vinil, assim como seria praticamente indefinível dizer qual melhor estética que convém ao bom poema.
À guisa de conclusão, podemos dizer que em Se a vida fosse um vinil, o poeta Fernando Andrade consegue a difícil proeza, para poucos, de atingir seu pleno amadurecimento, numa poesia que consome as chamas da densidade de vários saberes, sem deixar o humor e a ironia de lado. Observamos nessa obra de poesia, seu melhor trabalho no gênero em questão. Que seu novo livro de poemas seja reconhecido por seus pares literários e aqueles que admiram a poesia de qualidade.

Alexandra Vieira de Almeida – Escritora e Doutora em Literatura Comparada (UERJ)
Alexandra V Almeida Fotorecente - O encontro entre as artes, as ciências exatas e humanas num vinil, em Fernando Andrade | Alexandra Vieira de Almeida

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