Fernando Andrade | escritor e jornalista
No silêncio há muito o que dizer. A palavra não ouvida retumba com faca afiada. Quem não conhece a linguagem dos sinais, mas no poema este mesmo silêncio parece aumentar a ambivalência dos sentidos ocultos em versos. É o caso do livro de poemas ‘Incisões no branco’ da poeta Luíza Mendes Furia, pela editora Penalux. Sangrar a página branca; virgem de palavras não são apenas manchas tipográficas. É fazer com que o livro de poemas tenha seu silêncio nas feridas das linguagens que fomentam desvios de significados. Fúria fala não só do corpo e suas tentativas de inclusão, mas também da penumbra de entendimento que é o vazio colocado não só em palavras, é um vazio que tem fundo, conteúdo.
A psicanálise tenta entender este vazio com sessões de análise. A fala preenche as lacunas dos sentidos. Porém só na poesia o autor pode ser ver concretizado, na sua alma-língua. Pois cada Incisão no branco revela a dimensão da escrita na experiência humana do viver.
Prezado Fernando, muitíssimo obrigada pela apreciação do meu “Incisões no Branco”. Me deixou muito feliz. Um abraço!