Livro de crônicas ‘Ao norte do silêncio’ perquiri através da filosofia e religião a perene condição humana | Fernando Andrade

Fernando Andrade | escritor e jornalista

Ao ler o novo livro do escritor Fauno Mendonça ‘Ao norte do silêncio’ me veio à mente um pensador numa certa trilha que lateralmente vê folhas que obedecem a certos padrões das estações do ano, com outono e inverno. Talvez as mais literárias para o mergulho interior. Está para chegar em casa para falar da existência de sua época e lugar. Mas quer escrever uma crônica que fale disso, que postule a reflexão sobre a condição humana. Entende que seu ser necessita de um pouco de solitude para o preenchimento…
Esta minha reflexão narrativa teço a caminho para compreender os sentidos de desejos e ideias por qual Fauno envereda no seu projeto. O autor se apropria da crônica no que ele tende a sugestionar de perene quanto a questões existenciais que ele esmiúça muito bem dentro de suas narrativas memorialísticas.  A dor do existir, o cuidado de si ao ter pela frente um universo em decomposição. O escritor escreve através de silêncios da escrita,  costurando suas mensagens por um fina entrelinha de percepções sobre o homem, seu corpo celeste e também social.
Reconstrução dele perante tanto sua história que se reconstrói como o futuro, quanto sua postura pessoal e intransferível como ser. É um processo cuidadoso de alento pela e para a palavra reflexiva e meditativa. Não deve parecer ao leitor que ele esteja na frente de um orador. Que a religião possa perpassar suas emoções, sim. Mas a conexão do autor é  mesmo com a filosofia que permite indagar ao homem seu conhecimento da terra, do planeta, dos cosmos, o quanto ainda somos partículas dentro do vasto sistema solar.

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