Fernando Andrade | escritor e crítico de literatura
Uma pinguela é o atalho da civilização. É o caminho mais curto para cruzar um riacho-córrego. Portanto não suje, o seu, com óleo. Passemos a limpo estes tempos perigosos, onde lavras era apenas uma cidade de Minas. Agora podemos atolar a palavra em identificações sobre a posse-lavra. Um autor como Plínio Zuni, zuni o barulho ensurdecedor das latarias e gritarias do condomínio deste governo necropolítico. Com um humor invejável, e anárquico, em vistas para o leste-europeu, como um bom eslavo de boa estirpe. São contos que desconstroem as imbecis tergiversações dos terra planistas que empunham mentiras e mistificações pelos quatro cantos do país.
Cada célula de sua narrativa, Plinio, tece fábulas onde as relações sociais são plasmadas pelo olho ultra clínico ( aqui sem ironia médica, por favor!) de desmontar usos e maus usos de um escritor em vias de laboratório autoral sobre a miséria. Bananas são instrumentalizadas para o exercício da mais valia. Vãos avisam do perigo de cair em mãos erradas, toda relação com a cidade, suas ruas, esquinas, são anarquizadas para um novo sentido, mais próximo de um olhar sobre a imagem do homem dentro de uma solidão identificada com cada vez mais a falta de afeto.
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