Livro de crônicas ‘Manacá’ cria prismas de escrita e leituras por textos cheios de deslizamentos por entre a malha textual | Fernando Andrade

Raquel Naveira Manacá - Livro de crônicas 'Manacá' cria prismas de escrita e leituras por textos cheios de deslizamentos por entre a malha textual | Fernando Andrade

 
 
 
 

FERNANDO ANDRADE | crítico de literatura e escritor

Podemos dizer que o poema é um novelo com fios que puxamos do núcleo leitura para o nosso externo e exibidos olhos? Onde a linguagem desinibida, mostra com as palavras, uma camisa, uma malha de cor e estampa muito luminar onde sentidos piscam, refletem sua luminescência signa. A malha textual expõe um desvelamento de fricções e sensações por onde o leitor capta, intensas ondulações, vibrações de estímulos tanto visuais como semânticos. Na leitura de um texto, de uma crônica é possível falar de um desenho dos significados? Como um fio solto a puxar o discurso que vai do labirinto ao jardim de ecos – semióticos.

A escritora Raquel Naveira, escreve, escavando uma geologia dos significados. Indo dos cerne dos seres e objetos sensoriais, para uma experiência de texto e leitura altamente fluitiva e estética no gozo de um relação com texto extravasada na voz epifânica. São êxtases onde a cor da flor se transmuta de acordo com o foco do leitor. A memória de quem escreve-lê dita o ritmo, por que sou também o autor que recita todos os textos acompanhados por Raquel.

Na crônica não é tão comum certo percurso poético? A poeta Raquel em seu livro, Manacá, editora Penalux, dá a palavra girante e circular um certo jeito espiralar onde o texto vai se perpetuando através de citações auto- referentes de leitura. Ela começa por um assunto e através do novelo, onde fio se adensa para dentro, o seu discurso poético vai costurando relações entre temas e assuntos, reavivando lembranças, costurando um tapete onde a memória faz o fluxo do tempo e conecta espaços desdobrados da existência do livro, enquanto vida. São jorros de associações livres ; a linguagem é que estabelece, não a prioridade, mas sim, a conectividade entre os encaixes dos seus sentidos poéticos.

Please follow and like us:
Be the first to comment

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Social media & sharing icons powered by UltimatelySocial