Livro de poemas “Ando caindo cada vez mais leve” acaricia as palavras para o jogo poético da vida nas suas iscas e pescas de referências culturais | por Fernando Andrade

Carla Andrade - Livro de poemas "Ando caindo cada vez mais leve" acaricia as palavras para o jogo poético da vida nas suas iscas e pescas de referências culturais | por Fernando Andrade

 
 
 
 

Fernando Andrade | escritor e crítico de literatura
 
Um jogo de cartas seria a troca de cartas entre amantes que estão tão longe um do outro? Você leitor sabe que não estou falando de um simples jogo de pôquer. Cartas redigidas pelo punho de alguém, com letras, canções e música. Mas o sentido do que falo na frase fica à deriva ou tipo por baixo de sutilezas. O referencial parece ser aquelas cartas com naipes de ouro, valetes e damas. Quando jogamos poemas para o alto até um céu estrelado, ele volta de que jeito? Qual símbolo tenho quando faço esta imagem? Do poema jogado para cima. Poemas são feitos de imagens e palavras que conectam sentidos.
 Eles são meio crianças que ainda brincam com o lego da imaginação. Fantasiar é uma arma das crianças que não se refere a todo mundo. Portanto, esta minha mania de ciranda é para ajeitar para você leitor para ficar mais pertinho de um livro que li, agorinha, e sento aqui para mudá-lo de travessuras. É o “ando caindo cada vez mais leve”, da poeta Carla Andrade, pela editora Penalux. Poxa eu falei que poema se joga para cima e a Carla diz que está caindo cada vez mais leve, até rimou!
 Carla tem o dom de cirandar palavras com jeito de namorá-las, para pedir uma relação. Sua intimidade com os sons, ritmos e a prosódia de cada tema cancionado parece coisa até de compositor que sabe musicar as toadas mais lindas. São poemas bem livres de alguma presilha de cabelo. Mas o corte e a costura estão lá num trabalho primoroso de alvenaria dos artesanatos das palavras.
 Ela brinca com as referências da vida cotidiana, como ninguém. Sabe botar os eventos em função poética colocando real e a ficção em sincronia musical. O mundo não lhe escapa, sua lente parece um certo Tim Burton que gostava de tecer carinhos sobre o universo fabular infantil. 
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