Livro de poemas ‘Cavalos’ tece a escrita como paisagem de um movimento sobre a liberdade da criação | por Fernando Andrade

felipe nunes limas cavalos - Livro de poemas 'Cavalos' tece a escrita como paisagem de um movimento sobre a liberdade da criação | por Fernando Andrade

Fernando Andrade | escritor e jornal

A liberdade do verbo é uma trilha de cavalos. O passeio pelo civilizado amarra algum trote da imaginação. E a imaginação deve galopar na cela como um passageiro desviante. A paisagem são as pinturas que o montador pinta com as escrituras. Dele: recursos caligráficos e ópticos.
A paisagem é a liberdade da escrita, de nos colocar na moldura e na figura do cenário. O cavalo é o elemento fixador de tudo isso, e da escrita do poeta Felipe Nunes Limas,  Cavalos,  editora Patuá, aberta aos horizontes de vales e desfiladeiros íngremes onde as saídas curvas e das alturas.
Numa escrita memoravelmente sensorial, onde o senso de espaço é dimensionado pelos passos de andarilhar sentidos e não retornos,  pois a liberdade não recua, toda sua poética é tão ampla a ponto de passar por blitz, de voar sobre faróis de afetos.
São imagens, por vezes, dilacerantes do eu lírico na sensação de acolhimento da intimidade de um porto escolhido com  todo (a)mar à espera. No seu estilo viajante, me recordou a paisagem beatnik, com a relação prosaica de uma conversa falando entre um mundo subjetivo e o entorno cheio de experimentações sociais e políticas.

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