Livro de poemas ‘nas frestas das fendas’ une palavra e imagem no dia a dia semiótico de uma época | por Fernando Andrade

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por Fernando Andrade| jornalista e crítico de literatura

Ele alegou que chegou.  Nesta frase temos uma afirmação com teor de certeza. Mas se alguém que não viu ele chegar, dizer ele que alegoriza que chegou. Sua passagem por ali parece que foi determinada por imagens. E imagens falsificam verdades? Ou metaforizam seu conteúdo? No momento que estamos vivendo, uma imagem vale mais que mil palavras, pois temos várias andando pelas ruas. Circulando a esmo.
As imagens parecem ter uma relação com os emblemas, e não deveriam ter problemas. Basta olhar para a imagem daquele quadro do grito, para perceber que o som, mesmo que não saia do quadro, parece ter inúmeros estímulos visuais. Pois é de estímulos que estamos nos possuindo. Mas para tecer uma relação entre eles e os modelos de conduta e padrão é que a poesia, muitas vezes, metaforicamente põe a lenha na fogueira.
Caché em francês é escondido, um tema, uma ideia camuflada pelo seu entorno. Fiquei pensando nesta relação do escondido; os sentidos, e as pegadas nem tão literais literárias que os leitores vão semiotizando na leitura, principalmente, a poética.  No livro de poemas Nas frestas das fendas, Maria Clara Parente, editora 7 letras, joga com esta quebra de expectativa com relação ao que se ouve por trás da porta quando o enunciado provoca a sugestão da leitura. Pois a poeta lida com uma linguagem altamente figurativa, onde o real pode ter sua noção no imaginário e simbólico da linguagem, pois como uma imagem cinematográfica, temos sempre nos poemas a duplicidade de sentidos e linhas de fala.
Referencializando o que estamos passando: a morte, o recuo do corpo, a saudade de afetos. Maria Clara tece relações que parecem ter o novelo de uma filme romântico levemente dúbio,  porém, sua aparência é serpente, pois há muito mais a esconder\revelar nas dobras de seu discurso poético.

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