5 poemas de Isabel Furini

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Isabel Furini é escritora, poeta e palestrante. Autora de 35 livros, entre eles, “Os Corvos de Van Gogh” (poemas). Participou de Antologias poéticas em Portugal, Argentina e Chile; é criadora do Projeto Poetizar o Mundo; membro da Academia de Letras do Brasil/Paraná; acadêmica da AVIPAF (Academia Virtual Internacional de Poesia, Arte e Filosofia); coeditora da Revista Carlos Zemek de Arte e Cultura; recebeu Comenda Ordem de Figueiró, Artes e Cultura do Brasil; Realizou um recital poético na 36 a . Semana Literária do SESC & XV Feira do livro da UFPR, em 2017, e um Recital Poético em espanhol na Biblioteca Pública de Burlingame, Califórnia, USA, em 2018. Seus poemas foram premiados em Brasil, Espanha e Portugal.

 
 
 
 

Uma louca no espelho
 
essa louca, às vezes
toca nossos olhos
ela quer sair do calabouço das sombras
ela despreza os deveres impostos
e a falsa moral estabelecida
 
ela quer expressar
a sua visão do mundo
e discursar com voz rouca
enquanto
olha o seu reflexo nos antigos espelhos
do labirinto
 
essa louca
nunca é enganada pela vaidade
pois a mente subconsciente pode ser louca
mas possui um espelho que revela a verdade.

 
 
 

A origem

existem sonhos que não são traduzidos
em palavras
são imagens simbólicas
por isso, alguns constroem seus sonhos
em papel espelho
realizando diferentes geometrias
– as dobraduras dão vida a essas formas cambiantes
do papel
refletidas no teatro de sombras do mundo
e dessa coreografia
surgem miríades de imagens arquetípicas
e o inquietante origami da filosofia.

 
 
 
Interpretar

Do outro lado da aurora
a noite
é iluminada pelos vaga-lumes
da poesia
esses vaga-lumes permitem

interpretar
o estrangulamento dos sonhos
os gestos de amor
e a sombra dos defuntos.
 
 
 
Fênix

de noite, sob as estrelas
alimentei uma fogueira
com lembranças e incertezas
o fogo transformou-se em cinzas
e falou
:
– os bons momentos foram devorados
pelas traças
eu queimei os momentos ruins
de seu passado
agora tenha coragem
rasgue os bloqueios
rasgue as couraças
interrompa as vozes do medo
olhe o futuro e como a Fênix, renasça!
 
 
 
Imprudentes

vasculham a linha do horizonte
e de noite precisam vestir mortalhas
para visitar o reino da Poesia

desafiam vendavais
mas são aprisionados
(ingenuamente)
nas redes das palavras

imprudentes e sedentos de poesia
bebem das águas do rio da morte
e embarcam na barca de Caronte.

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This Article Has 1 Comment
  1. Solange Reply

    Vivas. Que belos poemas. Parabéns à Isabel Furini e aos editores da revista.

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