Livro de poemas Cavalo que passa devagar faz da relação dos ritmos internos, uma cinética própria do movimento interno do poema

 

 

 

FERNANDO ANDRADE

jornalista e crítico literário

 

*Coisar à cavalo. Diria que é um verbo em passar devaga(rinho). O que o cavalo denota quando movimenta suas quatro patas? largura? cavalgadura? Trote?( Uma informação) passada de forma avassaladora? O poema aqui Andaluzia, luz da caminhada à Santiago anda a galope como um antílope que tem seu movimento intrínseco, segue seco, mar afoito de mergulhar num universo das palavras tão sonoras e robustas de silêncios entre ditos e sombra.

Fruto de seu processo com palavras úmidas, Jorge Vicente põe antenas anátemas metáforas, em peixes abissais com signos que sempre deixam não lastros em seus sentidos. Se eu digo coisas, não posso quantificar o cavalo. Pois como os poemas de Jorge há cinética; um largo movimento polissêmico entre palavras, muito bem contextualizadas, de universos e origens naturais diferentes. Mas não admirem um cavalo-verso pela sua beleza, apenas, mas sim pela relação dos cascos ou das seu(a)s casc ostras escondidas, no chão hibisco sentido.

Medir relações à cavalo, com passadas bem devagar, sentir cada poema com crina (rima interna), deslocamentos internos. O poeta Jorge Vicente neste livro que modula uma voz de aspecto metafísico e meta-literário com suas relações com a natureza, deixa um olhar de serra descerra um cortinado de cápsulas-elipses, o cavalo que passa devagar, que mostra o marulho do mar, reverbera aquela oscilação de correntes que puxam ar mas também, som ritmo, marítimo oscilar entre cordames de palavras que puxam profundezas ao bailar a musicalidade de uma semântica Atlântida, perdida em (r)istmos poéticos.

 

objeto-verve-verbo que não se define contextualmente.

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