Bruno Candéas – Poeta e compositor nordestino, sua obra é composta pelos livros “Poeta nu na alcova“ (2002), “Filé 1,99“ (2003, parceria com o poeta Malungo), “A Trégua dos ditadores“ (cordel – 2004), “Férias do gueto“ (2004), “Indigestual“ (2006), “Teatrauma” (2018) e “Poema desgovernado” (2018, parceria com o poeta moçambicano Sanjo Muchanga).
Facebook: Bruno Candéas
Instagram: @poetacandeas
INDIGESTUAL
MEDO: temidas são as verdades que perturbam.
ESCURIDÃO: a luz se revolta para dentro.
VIGÍLIA: o sono é velado por um anjo devasso.
NÔMADE: em cada povoado, a semente de sua perversão.
VATICANO: batinas estendidas na torre da luxúria.
PACTO: agora em duas vezes no hipercard.
ESPELHO: a face viciosa que outros contemplam.
ALTAR: o grande trabalho está posto.
Bruno Candéas, do livro Indigestual, 2006
COM A JANELA ABERTA
a vida é mais bonita
no meio da pista
meus grandes planos
estão queimando
meus bons amigos
foragidos
a vida é mais completa
com a janela aberta
meus voos insanos
estão pousando
meus bons ruídos
constrangidos
Bruno Candéas, do livro Teatrauma, 2018
Be the first to comment