Livro Okan, a casa de todos nós singulariza a jornada… como fonte identitária.

 

 

O coração é o lar dos poetas. Lá onde caminho se faz pertencimento. Temos que sair da cabeça, este centro que nos dá emoções e que nos enreda ao pescoço, uma raiz de um tronco que é tão antigo como os membros de uma família longeva. Assim como as terras ancestralinas, o coração irriga sedimentos pelos campos do afeto. Ele é pé tanto cheio de dedos como ao pé da letra damos mitos ao reino dos sonhadores, tapetã de histórias abençonhadas. (sonhadas) Quem nunca fez do próprio corpo uma jornada ao universo particular do mundo desconhecido, aquele que nos distancia um pouco da mãe e do pai. Pois, Mandu depois de ajudar tanto a mãe com as roupas para lavar e sendo teimoso feito um passarinho que caiu do ninho e que quer só avoar.

 Ele segue o coração das estradas que emplacam uma raiz de identidade, pois no caminho, que nos singularizamos o batismo do nome. Pois nome é viagem pelo personagem que atravessa os mitos, as fábulas. Quem nunca chegou do outro lado do rio – outro? É nesta posição tão afetivamente geográfica que a escritora Luciana Nabuco em seu primeiro livro, chamado, Okan, a casa de todos nós, Editora Quase Oito, faz uma ponte afetiva entre os laços de nós mesmos como a mãe África, com o som do atabaque do coração dizendo ok, okan, estamos dentro deste pertencimento entre todas raças credos etnias,  o caminho que Mandu faz nas mãos da poeta com a singeleza de uma linguagem aberta feito arte(ria) da relação da alteridade com o caminho percorrido.

 A poeta traça com veio de rio e veia de música toda uma emoção contida no corpo de sua pequena criatura. Luciana alteriza a natureza em aspectos até duais, o sol elemento formador do dia e de força. Assim como fogo; o elemento de queima-e-carbonização.  Mandu aprende através das suas próprias pegadas, encilhar uma identidade perplexa porém sua, pois a mãe com a brisa do tempo evolará  apenas em memórias.    

 

 

afernandoab 300x300 - Livro Okan, a casa de todos nós singulariza a jornada... como fonte identitária.Fernando Andrade, 50 anos, é jornalista, poeta, e crítico de literatura. Faz parte do Coletivo de Arte Caneta Lente e Pincel. Participa também do coletivo Clube de leitura onde tem dois contos em coletâneas: Quadris no volume 3 e Canteiro no volume 4 do Clube da leitura. Colaborador no Portal Ambrosia realizando entrevistas com escritores e escrevendo resenhas de livros. Tem dois livros de poesia pela editora Oito e Meio, Lacan Por Câmeras Cinematográficas e Poemoemetria , e Enclave ( poemas) pela Editora Patuá. Seu poema “A cidade é um corpo” participou da exposição Poesia agora em Salvador e no Rio de Janeiro. Lançou em 2018 o seu quarto livro de poemas A perpetuação da espécie,  Editora Penalux.

 

 

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