Entre “águas e remos…”, livro Retratos imateriais, de Jean Narciso Bispo Moura
Por Ana Meireles
Ao fazer a leitura de “Retratos Imateriais” do Poeta-Escritor Jean Narciso, senti como se a bordo de um barco, experimentasse seus movimentos deslizando na superfície de um rio de águas suaves. Uma diáfana sensação me tomou como fosse a navegação num remanso hídrico no interior de um barco-mente , desejando captar o ritmo , o som ou qualquer ruído emitido pelo motor daquele que parecia ser potente na capacidade silenciosa de se pôr em movimento .
Foi assim que me vi fisgada pela poesia de Jean Narciso, pela captação da beleza que não necessita de gritar para ser ouvida, apenas e simplesmente ser sentida em suas idas, vindas, voltas e volteios, sem se deixar estacionar no tempo que cria a sensação de emparedar. A poesia de Jean, não se empareda. Ela percorre o tempo e busca lugares, olhares, formas de ver e sentir. Encontra na sua navegação, pelo olhar de quem observa, receios que ultrapassa e que não permite a alma ficar seca, pois que se move e se molha e encontra a pesca do nosso olhar, o olhar do leitor.
Com o poema “águas e remos”, complemento minhas palavras:
deus ofertou água e remo
para ambos procriarem peixes
os peixes crescidos
em seu livre-arbítrio
agora gerarão águas e remos
Ana Meireles nasceu em Icoaraci distrito de Belém do Pará. Possui formação em Psicologia (UFPA) e especialização em Psicologia Jurídica (Unama).
É servidora pública lotada na Secretaria de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda -SEASTER. Escreve poemas e crônicas.
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