Ela era Pallavi. E Neerad gostava dela, assim como todos os outros rapazes da 9ª classe da Escola Secundária de St.Vincent em Pune. Não era nenhuma surpresa. Com a sua beleza, excelentes notas e corpo bonito, ela atraía muita atenção. Neerad se contentava em admirá-la de longe, já que ele não era o tipo de rapaz que poderia facilmente falar com as meninas.
Ele vinha praticando diariamente há três meses em preparação para o concurso anual de canto da escola. “Se eu ganhar esse concurso, Pallavi será minha”, ele pensou muitas vezes para si mesmo.
Como ele esperava, Pallavi estava lá na primeira fila. Ele cantou “Tanha Dil” (Coração Solitário) uma canção de sucesso de um filme Hindi recente, e pelos aplausos ele sabia que tinha cantado bem. O que era mais doce era o olhar de apreciação de Pallavi.
Cantores vieram e foram, mas até agora só Neerad tinha realmente brilhado. Agora era Sudhir do 9º ano, o nerd da turma, que ia cantar. Honestamente, Sudhir não tinha talento algum mas a maneira como Neerad e todos os seus outros amigos, começaram a rir incontrolavelmente e até gritaram “Boo!” “Boo!” foi cruel em todos o sentidos. Sudhir saiu correndo do palco quando a sua canção acabou.
Como esperado, Neerad ganhou o primeiro prêmio. Ele pegou no troféu e procurou Pallavi no público. Ela não estava lá. Quando saiu do auditório, ele a viu sentada com Sudhir, ela estava o consolando.
“Porque você fez piada com ele idiota?” Ele estava em silêncio
“Talvez ele não seja um bom cantor, talvez não saiba cantar, isso não te dá o direito de fazer piada com ele. Pelo menos ele tenta participar de algo em que não é bom. Alguma vez você já fez isso? Você faz ideia de como ele deve ter se sentido?”Ela colocou a mão no ombro de Sudhir enquanto ele sentava em silêncio.
“Sudhir, sinto muito pelo que fizemos. Sei que pode parecer falso, mas falo a sério”, disse Neerad.
Sudhir apenas balançou a cabeça e enxugou as lágrimas.
Depois de um tempo, ele perguntou “Pallavi, não vai voltar para casa?” Ela não respondeu durante algum tempo.
“A casa do Sudhir não fica longe da minha. Quando o pai dele chegar, eu vou com ele”, disse ela, finalmente.
Ele caminhou para sua casa, com o troféu agora parecendo um metal barato.
Escrito por Vikas Prakash Joshi
Traduzido por Caroline Bisognin de Mello
Poxa, não conhecia este autor, mas confesso, pelo menos este conto não me chamou a atenção. Vou procurar outras obras do próprio pra ver se mudo de opinião. Talvez Vikas tenha algum reconhecimento mundo afora, porém classifico este texto quase primário…