Fernando Andrade | escritor e jornalista
O que pode um nome-nuvens, se o primeiro o define, o completa, nuvens passam esquecidas do seu destino e pouso. Você estava com a cabeça nas nuvens, esquecido até do seu nome, onde estou, diz rei da corte. O poema é estado de espírito, que vem e vai, ventania de palavras. Seu sentido é viajar como uma nuvem avoada. Mas se colocamos um labirinto perto das nuvens, chuva e sol deixam de ser um efeito da natureza. Passam a ser pura metáfora. Imagem surrealista. Esta ideia de desencontro semântico, coloca na poética de Ferdinand Pereira,no seu livro de poesia, Labirinto de nuvens, litteralux, uma ode ao sabor do vento onde as revoluções perdem o norte, e ficam com perda do equilíbrio do labirinto. O poeta passeia e coloca suas referências e homenagens em corredores de som. Um Quintana acorde acorde uma nota lírica. A polonesa dá ares de juízo imperfeito. Poemas que tracejam linhas imaginárias no céu da delicadeza e do bom gosto refinado e recitante.
Caro Fernando Andrade, grato pela leitura, direta ao ponto, passeando pelo labirinto, sem se perder como é comum em meio as nuances das palavras/ciladas.
Sua colaboração me deixou feliz e esperançoso de que outras leitores
possam descobrir esse e outros sentidos do que você encontrou nesse livrinho despretensioso, a honesta e silenciosa coragem de pisar os olhos no labirinto …
Mais uma vez, obrigado!
Abraço fraterno!
Ferdinand Pereira