O conto Reversor, de Jorge Viveiros, faz um estudo do movimento fracional da escrita quando mediado pelo tempo.

 

AA 213x300 - O conto Reversor, de Jorge Viveiros, faz um estudo do movimento fracional da escrita quando mediado pelo tempo.

Jorge Viveiros. Reversor. Editora 7 letras. 2017.

 

 

 

Conto Reversor faz um estudo do movimento fracional da escrita quando mediado pelo tempo.

Os trens possuem uma semântica narrativa, pois funcionam por vias de trilhos, uma via que na imaginação de um ficçionista poderia ser uma linha de círculos de mecanismo temporal, como um relógio. Se olharmos que o trem é todo compartimentarizado em vagões, em cabines, em partes que vão se tornando menores, temos uma ideia do próprio mecanismo fracional do tempo, as horas que cabem dentro dos minutos que engolem os segundos.  O trem também pode ser analogizado à um livro pois também este tem suas composições que não são vagões, mas possuem quartos ou suítes como capítulos e páginas, e mancha textual. Não sabemos nunca o que ocorre antes de uma viagem de trem, o tempo e o espaço antes de alguma câmera focá-lo é indevassável ao olho humano.

O escritor e editor Jorge Viveiros (7 letras) escreveu um pequeno conto naquela sua coleção megamíni, chamado Reversor, conto pela sua contenção de tamanho e organicidade do corpo narrativo estabelece certas linhas muito interessantes para distender ou comprimir uma ação que se comprometa como um estudo do tempo que corrompa suas medidas numéricas. O cerne da narrativa estaria no trem ao estudar as relações entre uma mulher e um homem que teriam um parentesco com o narrador-autor.

 Aqui talvez pela própria capacidade do conto de comprimir magma textual, as ações reverberam da ação fragmentária se estilhaçando em um mosaico de fractais (de ações recortes) e dela se movem dilatadamente ou compactamente ao passado e retorna ao presente. Mas aqui não como um flash back de eventos ocorridos, e sim de potencialidades de um devir que não foi impresso dentro de uma via real manifestada pela ação vivida-transcorrida. As imagens são o correlato entre os personagens que cambiantes circulam pelo trem oscilando entre frames de tempo escorrido pela lembrança e pelo potencial da ressignificação de evento reprogramado à acontecer novamente.

 

 

 

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